A função autônoma/liberal do Fisioterapeuta é clara, disseminada e com grande demanda na sociedade. Entretanto, mesmo com características de uma profissão independente e com DNA autônoma, muitos fisioterapeutas possuem dificuldades no ato da cobrança dos seus serviços.
Primeiramente, é importante ressaltar que a assistência fisioterapêutica é prestada como um trabalho e não pode ser enxergada como caridade. Não é recomendado que nos sujeitemos a condições de trabalho e remuneração precárias. Quando houver a necessidade de ajudar alguém, podemos executar num plano de voluntariado conforme as regras do COFFITO.
É importante entender que a Fisioterapia é a sua profissão e como fisioterapeuta você viverá do seu trabalho que, em grande parte, pode se dar no plano autônomo. Então é preciso saber cobrar por isso.
Se você não sabe quanto cobrar, leia a nossa matéria:
Contextualizando um atendimento domiciliar, o mais complexo talvez seja receber este dinheiro. Aqui vai algumas sugestões para você melhorar a sua cobrança e recebimento dos seus pacientes:
- Cobre Antecipadamente!
Sim, por incrível que pareça muitos Fisioterapeutas cobram o trabalho depois de realizado e não levam em conta que para realizar as consultas e sessões de Fisioterapia existem gastos inerentes a atividade, como por exemplo o deslocamento com automóvel, os equipamentos que vão ser disponibilizados para terapia, descartáveis ou EPIs.
2. Defina datas para o recebimento.
Quem atua como autônomo sabe como é depender do fluxo de entrada financeira de pacientes. Definir um dia para você receber o ajudará a programar o pagamento das suas dívidas e programar investimentos.
3. Cobre por períodos.
Ao avaliar o seu paciente e definir o plano terapêutico, com o prognóstico em mãos você conseguirá entender o quanto de consultas/sessões terá com aquele paciente. Por exemplo, se o seu paciente é um pós-operatório você tem em mente que os protocolos sugerem um período de recuperação. Com isso, você define o pagamento de sessões em bloco 5/10 ou semana/mês. Isso organizará inclusive a própria agenda de pagamentos do seu paciente.
4. Evite dinheiro vivo!
Parece ruim, mas não é. Hoje no Brasil, existem diversas formas de receber sem onerar os lados (tanto de quem paga quanto de quem recebe). Por exemplo, ao invés de receber em cheque (que favorece inadimplência) ou dinheiro vivo (que favorece o gasto), utilize boletos. Existem bancos digitais que vão te ajudar nisso. Você pode manter o banco digital (que normalmente é grátis) e utilizar um banco comum que possua agências.
Assim você recebe pelo digital e distribui o quanto precisa no banco comum. Se o seu paciente não é adepto de pagamento de boletos ou outros, você pode trabalhar com a tradicional transferência bancária.
Sugestões de bancos digitais: Banco Inter, Banco Original e NuBank.
5. Faça contrato.
Contratos e termos de serviços podem ser uma ótima saída para manter um relacionamento profissional e regrado com seus pacientes.
Entender e fazer com que o seu paciente entenda que a sua profissão é o seu negócio irá ajudá-lo a enfrentar as dificuldades relacionadas a dinâmica de cobrança dos pacientes.
Raphael Ferris é Fisioterapeuta, CEO e consultor do Negócio Fisioterapia